sexta-feira, 24 de julho de 2009

Poemas e Provérbios

Aqui temos alguns poemas e provérbios sobre o mar:

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

De: Fernando Pessoa

O Mar Agita-se, como um Alucinado

O Mar agita-se, como um alucinado: A sua espuma aflui, baba da sua Dor... Posto o escafandro, com um passo cadenciado, Desce ao fundo do Oceano algum mergulhador.

Dá-lhe um aspecto estranho a campânula imensa: Lembra um bizarro Deus de algum pagode indiano: Na cólera do Mar, pesa a sua Indiferença Que o torna superior, e faz mesquinho o Oceano!

E em vão as ondas se lhe enroscam à cabeça: Ele desce orgulhoso, impassível, sem pressa, Com suprema altivez, com ironias calmas:

Assim devemos nós, Poetas, no Mundo entrar, Sem nos deixarmos absorver por esse Mar — Pois a Arte é, para nós, o escafandro das

De: Alberto de Oliveira, in "Bíblia do Sonho"

Provérbios


Todas as ruas vão dar ao mar

O mar que é mar, não está sempre cheio

Quem vai para o mar aparelha-se em terra

Quem o mar gaba, não tem visto a praia

Já no mar, já na terra

Nem todo o mar é água

À boca da barra se perde (perde-se) o navio

A gota e gota, o mar se esgota

A maré enche a vaza

Jornada de mar não se pode taxar

Não há mar bravo que não amanse

Não se afoga no mar o que lá não quer entrar

Nem com o mar contar, nem a muitos fiar

Nem em mar tratar, nem em muitos fiar

Nem sempre o mar está de lapas

O mar aproxima as regiões que ele separa

O mar em um momento se muda

O mar não escalda ninguém

Quem anda no mar aprende a rezar

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